sábado, 19 de janeiro de 2008

Módulo 3

SÉRIE II

“Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim, não fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo (...)”

“Tabacaria” - Álvaro de Campos




Nikon, 1/13, F5, 38mm ISO 1600


Nikon, 1/10, F5, 38mm ISO 1600


Nikon, 1/5, F5, 34mm ISO 1600


Nikon, 1/5, F5, 38mm ISO 1600


Nikon, 1/13, F5.6, 52mm ISO 1600


Nikon, 1/15, F5.6, 50mm ISO 1600


Nikon, 1/13, F5.6, 52mm ISO 1600


Nikon, 1/10, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/15, F5.3, 46mm ISO 1600


Nikon, 1/13, F5, 38mm ISO 1600


Nikon, 1/13, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/50, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/80, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/60, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/40, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/60, F5.6, 55mm ISO 1600


SÉRIE I


A vida é em todos os seres uma coincidência, a efemeridade do tempo, a inexorabilidade da morte é inquestionável. Embora o Homem se distinga dos restantes pelo intelecto, a razão nem sempre se faz notar…Comungam-se de vivências animalescas


Nikon, 1/100, F5.6, 120mm ISO 800


Nikon, 1/15, F5, 112mm ISO 800


Nikon, 1/250, F5.6, 175mm ISO 800


Nikon, 1/160, F5, 55mm ISO 800


Nikon, 1/120, F5.6, 18mm ISO 1600


Nikon, 1/160, F5, 100mm ISO 800


Nikon, 1/1000, F5.6, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/2500, F5, 23mm ISO 81600


Nikon, 1/240, F8, 55mm ISO 1600


Nikon, 1/100, F5.6, 38mm ISO 1600


Nikon, 1/100, F5.6, 48mm ISO 1600


Nikon, 1/80, F5.6, 185mm ISO 800


Nikon, 1/250, F5.6, 200mm ISO 800


Nikon, 1/1000, F4, 55mm ISO 400


Nikon, 1/1000, F5.6, 200mm ISO 400


Nikon, 1/500, F4.5, 75mm ISO 400


Nikon, 1/250, F5.6, 200mm ISO 800

Informação

Os módulos I e II estão em hanselmo.planetaclix.pt/4518inesribeiro/index.html

Origem da Fotografia

Em meados do século XIX, a fotografia entrou no moderno sistema das artes, influenciando as linguagens expressivas e criativas tradicionais, desde a pintura, até à escultura e arquitectura.

Do efeito químico da luz sobre certas substâncias (estudado já no final do século XVIII), à reprodução inglesa de folhas e objectos em papel e tecido (tratados com nitratos de cloratos de prata), a história do nascimento da fotografia foi marcada por tentativas obstinadas, e por vezes falhadas, que ocuparam artistas e estudiosos fascinados pela possibilidade de capturar e fixar as imagens através da luz.

Havia já algum tempo que os entusiastas, por vistas do século XVIII, usavam a câmara escura que consistia numa técnica para fixação e reprodução imagens. Tratava-se de uma caixa que, através de um furo dotado de uma lente, reflectia a imagem num espelho interno e depois num vidro esmerilado, a partir do qual se podiam delinear os contornos: foi o ponto de partida que levou a novas pesquisas e à exprimentação de uma técnica que não exigísse a cópia manual. Foi o francês Joseph Nicéphore Niépce, em 1827, quem substituiu o vidro esmerilado por uma lâmina de estanho espalmada com uma substância sensível à luz, abrindo o caminho às pesquisas de Jacques Mandé Daguerre – que aperfeiçoou um procedimento capaz de fixar as imagens de um modo mais estável (sobre uma lâmina de metal tornada sensível pelo iodeto de prata)- assim, em 1837, nasceu o «daguerreótipo», do nome do seu inventor.

Em 1839, a invenção foi exposta à Academia de Ciências de Paris e tornada pública. Todavia, o daguerreótipo era um exemplar único. Foi William Henry Fox Talbot quem, nos anos trinta, idealizou em Ingleterra o verdadeiro protótipo do negativo, a partir do qual se podia imprimir um número ilimitado de cópias positivas. Assim surgiu a fotografia num negativo impresso, que já não era gravado pelo artista.

O aperfeiçoamento do procedimento fotográfico mecânico, que garantia a fácil reprodução do que se via, não tardará a ter consequências nas artes figurativas, suscitando entusiasmos e desconfianças. Inicialmente, a fotografia foi considerada apenas como um excepcional instrumento subsidiário, para documentar os diversos aspectos da realidade, mas com o tempo adquiriu a mesma autonomia e dignidade das outras linguagens artísticas; reivindicando o valor da fotografia «artística» e não documental e o papel de sensibilidade do fotógrafo na direcção e no controlo da máquina . Em 1859, a Sociedade Fotográfica Francesa conseguiu pela primeira vez expor no Salon ao lado das outras artes, reconhecendo reforçar as suas acusações – pense-se que o Enterro em Ornans de Courbet foi definido um «daguerreótipo com defeito» - ao passo que os apoiantes do movimento afirmavam a diversidade do quadro realista relativamente à produção fotográfica.

Entretanto, os artístas tinham começado a considerar as possibilidades oferecidas pelo novo meio. Alguns adoptaram-no como suporte do próprio trabalho – para ter imagens de objectos ou de pessoas ( mais convenientes, no que dizia respeito a modelos vivos), para poderem estudar à vontade para os seus quadros; outros usaram-no para tirar apontamentos sobre a natureza e outros, por fim, os pintores mais modestos, reciclaram-se como fotógrafos.

Inicialmente, no mercado, foi maior a disponibilização de fotografias com motivos arquitectónicos – até porque modelo parado permitia tempos de exposição mais longos e melhores resultados, dos quais muitos arquitectos se serviram para os seus projectos: os álbuns com as imagens dos mais célebres locais do classicismo substituíram os de desenhos ou gravuras, enquanto as fotografias trazidas de lugares exóticos contribuíram para a difusão do orientalismo. Entre os pintores, Delacroix foi dos primeiros a servir-se de imagens fotográficas na preparação de algumas obras, convencido de que o trabalho do artista era sempre criativo, mesmo que inspirado numa fotografia; foi também um dos primeiros membros da Sociedade Fotográfica Francesa. Sabe-se que Courbet frequentou o estúdio fotográfico de Julien Vallou de Villeneuve, especializado em retratos e nus compostos propositadamente para serem usados pelos pintores: de facto, eram muitas as semelhanças que se podiam observar entre os quadros de Courbet e as fotografias que possuía, como por exemplo no caso das figuras de nu em O Atelier do Pintor ou em Banhista.

Quando, em 1846, Ingres expôs em Paris alguns retratos, entre os quais o da condessa de Houssonville, a crítica sublinhou a técnica de execução muito detalhada e o pintor foi acusado de ter usado daguerreótipos. Na realidade, Ingres utilizou fotografias para executar os seus retratos somente no final dos anos cinquenta (o primeiro caso foi o Auto-retrato, de 1858), mas evidentemente, tanto o gosto do pintor, como o dos críticos e do público, já estava condicionado por estas novas imagens. A fotografia começou assim a influenciar a forma como os artistas viam o mundo.

A partir dos anos cinquenta, Corot entrou em contacto com as fotografias de paisagens realizadas num papel especial, de granulado grosso, que conferia às imagens um aspecto granuloso e esbatido: estas imagens contribuíram para a sua mudança de estilo, feita com pinceladas rápidas e velozes capazes de retratar a atmosfera, o impressionismo.

O Nascimento e a Afirmação da Fotografia no debate do «verdadeiro»



sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Correcção do Módulo 1 (1.9)